Era uma vez uma menina que gostava muito de escrever. Escrevia sobre o que via e o que sentia. E como vivia sempre num turbilhão de pensamentos e de emoções pegava na caneta e conversava com o papel! Mas não confiava nele totalmente e por isso escrevia poesia. Só ela sabia que por palavras não óbvias, tantas vezes, deixava lá os seus medos, as suas angústias e outras vezes também a sua alegria. Já mais leve, seguia pelos dias. Aqui e ali partilhava essa sua paixão e ia percebendo que o que escrevia tocava, por vezes, outros talvez com alentos e desalentos semelhantes. Essa menina continua cá hoje e com fé para continuar. Neste meu cantinho deixo um pouco de mim em cada post. A minha gratidão pela possibilidade de cá estar, pela partilha com os que cá estão, por todos os que me subscrevem, pelos que me lêem, pelos que comentam, pelos amigos que me incentivam a escrever, pela querida R. que desenhou este coração. E muito obrigada à vida que me rodeia, a minha principal inspiração.
E hoje, como de resto em outros dias mais, tenho vontade de "despejar" tudinho o que me vai cá dentro. Há dias assim, não é? Mais ainda para quem, há mil anos, promete a si própria não guardar nada que não mereça ser guardado. Mas não é fácil e fazendo jus ao ditado : "quem não se sente, não é filho de boa gente", ainda menos, pois sou concerteza!
Procuro em todos sempre o melhor, embora saiba que vou encontrar tanto de menos bom. Ora, a questão é, e sempre será, como lidar com isso, de forma a que não me afete?!
Reza a lenda que o dente-de-leão resultou da poeira deixada pela carruagem do Sol, nas suas andanças diárias, porque as suas flores amarelas abrem ao nascer do dia e fecham ao cair da tarde. Talvez seja verdade! Se não for, prefiro acreditar que sim.
Também pode representar liberdade, por voar para longe, sem rumo, ao ser colhido pelo vento.
Páscoa é passagem. Primeiro da escravidão para a liberdade. Depois da morte para a vida.
Um dia ouvi um capelão dizer, que só existe Natal porque existiu Páscoa e é certo.
A minha Páscoa é feita de aromas de primavera, do som das campainhas pelas ruas, parecendo longe mas perto, do burburinho das crianças, das flores na soleira das portas, de sabor a pão de ló e chocolate, e de alegria.
Mas também é feita de olhar para a cruz, de respeito, de silêncio e de gratidão.