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aquihacoracao

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Sab | 08.02.25

Um poema

[de Pablo Neruda]

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Morre lentamente

 

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,

quem não ouve música,

quem não encontra graça em si mesmo.

 

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,

quem não se deixa ajudar.

 

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,

repetindo todos os dias os mesmos trajetos,

quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor

ou não conversa com quem não conhece.

 

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

 

Morre lentamente quem evita uma paixão,

quem prefere o negro sobre o branco

e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções

justamente as que resgatam o brilho dos olhos,

sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

 

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz,

quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,

quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

 

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

 

Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,

não pergunta sobre um assunto que desconhece

ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

 

Morre lentamente...

[Pablo Neruda]

 

Tanta verdade que encontrei nestas palavras que resolvi partilhar convosco. Tenham um dia feliz

 

Lu

 

 

 

 

 

 

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